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Antigo e Primitivo Rito Oriental de Misraim e
Memphis é um antigo, tradicional, regular e respeitável rito maçônico que
preservando a sua origem e tradição, dedica-se fundamentalmente ao estudo
iniciático dentro das tradições hermética e cabalística, buscando oferecer
de forma coerente e séria, meios para os homens sinceros e desejosos de
uma via espiritual segura e efetiva, com o objetivo de promover um
despertar gradual das potencialidades espirituais inatas do
homem. O APROMM (abrev.) foi
regularmente constituído na Itália pela fusão legítima de dois antigos e
tradicionais ritos também regulares e reconhecidamente espiritualistas, o Rito
de Misraim ou do Egito, ressurgido em Veneza em 1801 graças a Philalète
Abraham, porém criado antes desta data, e que posteriormente foi logo difundido
na Itália e França e o Rito de Memphis ou Oriental fundado por Etienne
Marconis em 1839 em Paris com uma nomenclatura que re-elaboraria os graus do
rito de Misraim incluindo iniciações e rituais do tipo oriental. O Rito
atualmente está em atividade na Itália onde está sediada, França, Grécia,
Canadá, Costa do Marfim, Portugal, Brasil, e Argentina.
No Brasil, o
Rito encontra-se em plena atividade. |
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Os Valores |
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Há no
rito a aceitação e respeito da totalidade da mais pura tradição, fazendo
dele um meio seguro para o homem moderno atingir níveis superiores do
espírito e de tentar com as qualificações adquiridas futuramente e
gradativamente reintegração individual a divindade eterna.
O rito utiliza os princípios das
correspondências, da comunhão sagrada, da transcendência, e do ritmo
individual em harmonia com o ritmo cósmico.
O homem moderno perdeu o seu ponto de
referência de seu interior(seu próprio centro) encontram-se assim perdido,
desorientado, numa verdadeira crise de identidade e para isto é necessário
a mudanças em si, como bem simbolizado no mito de Osíris, que este
recortado em 14 pedaços, que para renascer foi necessário ser recomposto,
assim está o homem perdido, desorientado, fragmentado.
Com isso iniciado devendo ser puro, humilde e
doce, todos os seus esforços devem tender à ultrapassar os numerosos
obstáculos que poderão afastá-lo do caminho, travando uma luta contra a
sua própria personalidade, contra seus próprios interesses e seus
condicionamentos. Deve-se assegurar em si uma forma de espírito
particular, com um itinerário para pesquisa do mundo divino em si, da
sacralidade de sua própria vida e de tudo que o cerca. É necessário querer
conhecer-se à qualquer preço, se preparando para que o conhecimento se dê
espontaneamente. É uma preparação para o acontecimento que se faz com
determinação, amor e espírito de sacrifício. Preparação que conduzirá
inicialmente à mentalidade tradicional e a transmutação da personalidade
profana e caótica em personalidade iniciática e ritmicamente ordenada, e
conseqüentemente, a lenta e contínua progressão para a
luz.
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História do Rito de Memphis-Misraim |
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Essa Obediência Maçônica, que celebrou seu bicentenário
em 1988, surgiu quando os dois Ritos, de Memphis e de Misraim, foram reunidos em
1881, por Giuseppe Garibaldi, que se tornou seu primeiro Grão-Mestre.
O Rito de Misraim foi
fundado em Veneza em 1788. Sua filiação veio através de Cagliostro, que o
erigiu com os Graus Menores da Grande Loja da Inglaterra e os Altos Graus da Maçonaria
Templária Alemã.
O Rito de Memphis foi
constituído em Montauban em 1815, por Franco-Maçons que em 1799 haviam
participado com Napoleão Bonaparte da Missão do Egito. A esses dois Ritos
foram adicionados os Graus Iniciáticos que vieram de Obediências Esotéricas
do século XVIII: do Rito Primitivo e do Rito dos Philadelphos, entre outros.
O Rito de Misraim
A primeira menção
ao Rito foi feita em Veneza em 1788. Ele se difundiu rapidamente em Milão, Gênova
e Nápoles e apareceu na França com Michel Bedarride, que recebeu o Grão-Mestrado
em 1810, em Nápoles, do Irmão De Lasalle. De 1810 a 1813 os três Irmãos
Bedarride desenvolveram o Rito na França, de certa forma sob a proteção do
Rito Escocês. Ilustres Maçons pertenceram a ele, como o Conde Muraire,
Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito, o Duque Decazes, o
Duque de Saxe-Weimar, o Duque de Leicester e o Tenente Coronel de Teste, entre
outros.
O Rito de Memphis
A maioria dos
membros que acompanharam Bonaparte na Missão do Egito eram Maçons pertencentes
a antigos Ritos iniciáticos: Philalètes, Irmãos Africanos, Rito Primitivo e
Grande Oriente de França. No Cairo eles descobriram uma sobrevivência gnóstico-hermética
e no Líbano entraram em contato com a Maçonaria drusa, a mesma encontrada por
Gérard de Nerval, remontando assim à Maçonaria "operativa" que
acompanhava os seus protetores, os Templários. Conseqüentemente, os Irmãos da
Missão do Egito decidiram renunciar à filiação maçônica vinda da Grande
Loja da Inglaterra. E assim nascia em 1815 o Rito de Memphis , em Montauban, sob
a direção de Samuel Honis e Marconis de Negre, com numerosas Lojas no exterior
e personalidades ilustres em suas fileiras, como Louis Blanc e Giuseppe
Garibaldi, ele que em breve se tornaria o unificador de Memphis e de Misraim.
O Rito de Memphis-Misraim
Até 1881 os Ritos
de Memphis e Misraim seguiam rotas paralelas e concordes, no mesmo clima
particular. Os Ritos começaram então a agrupar Maçons interessados no estudo
do simbolismo esotérico da Maçonaria, gnose, cabala e até mesmo no hermetismo
e no ocultismo.
O Rito de Memphis-Misraim
perpetua sua Tradição na fidelidade aos princípios de liberdade democrática
e das ciências iniciáticas.
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O
Nome do Rito |
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Rito: é o conjunto de regras e
cerimônias praticadas em nossa Tradição. O Rito é um caminho iniciático em
si mesmo.
Antigo: Originalmente em nosso
Rito encontramos o Rito de Misraim (Veneza, Itália-1788) e o Rito de Memphis (Montauban,
França-1815). Foi o Grão-Mestre Giuseppe Garibaldi quem preparou e viabilizou
a fusão dos dois Ritos em l88l.
Primitivo: O atual Rito de
Memphis-Misraim tem uma primeira filiação que vem do Rito Primitivo, de Paris,
em 1721, e do Rito Primitivo dos Philadelphos, Narbonne, em 1779.
Memphis: Cidade do antigo
Egito, situada no delta do Nilo. Ali foi criado o Rito por iniciados que estavam
em contato com essa antiga civilização.
Misraim: Essa palavra é a
forma plural de "egípcio". O Rito aparece em Veneza, num grupo de
socinianos. A patente constitucional foi dada por Cagliostro.
Soberano Santuário: Termo
específico do Rito de Memphis-Misraim. É a Direção do Rito como um todo,
seguindo antigas Tradições.
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Os Graus e a Iniciação |
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O conjunto formado pelos 90
graus do rito de Misraïm e dos 94 graus do rito Memphis, reunidos formam um
sistema, compreendidos numa nomenclatura especial que compõem os principais
graus de toda escala maçônica.
A primeira seção de graus, dita maçônica, compreende os trinta primeiros
graus e se divide em duas séries, a simbólica e a filosófica.
A série simbólica é constituída pela Zona dos Primeiros Sagrados Trabalhos que reúnem as Lojas e os Triângulos.
A escala de graus foi reestruturada da seguinte forma:
- Graus do 4º ao 7º - Colégio dos Sublimes Cavaleiros da Volta da Perfeição;
- Graus do 8º ao 11º - Capítulo dos Cavaleiros da Espada, Perfeito Maçom de Heredon (sendo o 11º o de Cavaleiro R+C);
- Graus do 12º ao 17º - Senado dos Cavaleiros do Sol, Filósofos Herméticos;
- Graus do 18º ao 30º - Conselho dos Comendadores dos Astros-Sábios da Verdade.
- Do 30ºGrau ao 90º - Sublimes Mestres da Grande Obra,
- Em seguida temos os graus dos membros dos cincos Supremos Conselhos, 31o 90o 91o Patriarcas Defensores do Rito, 32o 90o 92o Cavaleiros
Filaletes, 32o 90o 94o Sublimes Mestres Patriarcas de
Memphis, 33o 90o 95o Conservadores e Grandes Conservadores do Rito.
- Os últimos graus culminam nos Arcanum Arcanorum.
- Restam dois graus administrativos que correspondem a função nacional do Grande Hierofante Soberano Grande Mestre, 33o 90o 96o, e enfim ao Imperador Soberano Grande
Hierofante, Soberano Grande Mestre, 33º 90º 97º, que detém a soberania do Rito e dirige a Ordem.
Algumas correspondências existentes entre os
altos graus do rito e as diferentes etapas da iniciação:
Nos graus 8º11º - o iniciado prova o caminho
das águas. Podendo passar tanto pelo ponto que une os dois rios, quanto
também cair nas águas sem esperança.
Nos graus 12º17º - tendo vencido as águas ele
pode afrontar a via alquímica, e nos graus 18º30º a via astrológica e
cabalística.
A partir do 30º90º - começa a operar com as
forças dos elementos, e por conseqüência com forças superiores. O rito que
age sobre os planos sutis, o protege e o ajuda, porque a ação ritual
permite a abertura de dois canais, um que faz elevar de baixo para cima "a Fides" e outro que faz descer do alto para baixo " a Virtus ", como está
dito claramente na Tábua esmeraldina de Hermes Trimegistos. É útil
entretanto, atentarmos que é o fundamento do Rito de Instrução, que os
efeitos se produzam no mundo psíquico e que as causas se criem no mundo
metapsíquico, porque nada se produz aqui em baixo, antes que não tenha
sido produzido no outro lado.
Pelo rito, o mundo superior é movido a partir
do mundo inferior, e vice-versa. É dito na Tábua de Esmeralda: " Sobe da
terra para o céu e desce novamente à terra e recolhe a força das coisas
superiores e inferiores." De lá vem a indispensável presença junto ao
operador das qualificações originais de legitimidade e de autenticidade
que garantem a validade do rito e preservam à comunidade, dos prejuízos
causados pela intervenção de forças desconhecidas e não desejadas. O
SAGRADO não pode ser manipulado impunemente. A finalidade do rito é tanto
a repetição das leis da natureza, quanto a imitação da ordem cósmica, que
consiste na reiteração dos mistérios da divinização do homem, geração
sobrenatural de um Deus em relação com a experiência da morte e da
ressurreição.
Em harmonia com o dito acima, e do fato de
ser totalmente projetado para a espiritualidade, O APROMM não tem como
finalidade qualquer lucro ou poder sócio-político. De fato se desinteressa
da política e coloca todas as confissões religiosas sob o mesmo plano, no
sentido em que admite todas com a mesma dignidade.
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O
Rito e seus Princípios |
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A Franco-Maçonaria do Rito
Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim, instituição humanitária, filosófica,
iniciática e espiritual, tem por base essencial a crença em um Poder Supremo
expresso e invocado sob o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO ou SUBLIME
ARQUITETO DOS MUNDOS.
Ela
não impõe limite à livre pesquisa da VERDADE e é para garantir essa
liberdade que ela exige de todos a tolerância.
A
Franco-Maçonaria recomenda aos seus membros o respeito às leis dos países em
que habitam e considera a obrigação do trabalho como uma lei imperiosa.
A
Franco-Maçonaria é uma associação de seres humanos independentes, livres e
de bons costumes, que estão sujeitos apenas à sua própria consciência e que
se comprometem a pôr em prática um ideal de paz, de amor e de fraternidade.
A
Franco-Maçonaria tem por objetivo o aperfeiçoamento moral da humanidade e
propaga uma verdadeira filantropia, pelo emprego de fórmulas simbólicas e esotéricas,
que só podem ser reveladas e explicadas pela INICIAÇÃO.
Seu
objetivo é a aplicação da ARTE REAL, formando iniciados, isentos de quaisquer
influências, livres, mestres soberanos de si mesmos, que pensem com independência,
sem sofrer a tirania dos preconceitos reinantes, tendo sacudido o jugo das paixões,
e conscientes de suas responsabilidades.
A
Franco-Maçonaria, avessa a quaisquer influências sectárias, impõe aos seus
membros o respeito aos outros, sejam quais forem as suas opiniões, a fim de
constituir um centro permanente de união fraternal onde reine plena harmonia de
pensamentos.
O
Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim admite mulheres em absoluta igualdade
aos homens, praticando o Rito em Lojas Masculinas, Lojas Femininas e Lojas
Mistas.
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O Rito Egípcio Feminino |
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O GSA opera um Rito Egípcio feminino, que
contrariamente à alguns casos, não é um Rito "vazio", mas sim bem
específico, formado por quatro graus, resolutamente operativo,
provavelmente um dos mais belos, e mais interessantes ritos
maçônicos. Os rituais são diretamente inspirados nos de
Cagliostro. Os princípios que regem o Rito são aqueles da iniciação
feminina cujos traços encontramos no mundo antigo, onde: As Vestias,
Sibilas e outras sacerdotisas conheciam a importância do fogo
inextinguível, da taça divina, e a necessidade de sua eterna proteção.
O
Rito Egípcio feminino difere dos ritos mistos que aplicam iniciação iguais
tanto para homens como para mulheres, apoiados sobre uma falsa
interpretação do conceito de igualdade, este Rito considera que no domínio
iniciático, não existe a questão de igualdades ou desigualdades entre dois
seres, cada um, diante de toda manifestação possui seus próprios valores,
sua própria dignidade.
A lei da manifestação, é a diversidade que não
desponta para o idêntico no qual as diferentes partes do todo tornam-se um
na promiscuidade, mas deseja que cada parte seja sempre cada vez mais ela
mesma, exprimindo assim sua própria maneira de ser. É esta especificidade
reconhecida da mulher que fornece ao Rito Egípcio Feminino todo seu valor.
Assim a adoção do referido Rito pelo o APROMM não constitui uma
subordinação mas o signo de um elo comum com a Ordem Divina e a Ordem
Humana.
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Arcanum Arcanorum |
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Os Arcanum Arcanorum, dos quais fizeram
correr muita tinta em vão, nestes últimos anos, gerando com isso um mito
bastante inútil, constituem os quatros(as vezes três) graus terminais dos
legítimos ritos maçônicos egípcios , graus particulares e somente
presentes na Escala de Nápoles (do 87o ao 90o). Os AA estão presentes
igualmente no seio de algumas organizações pitagóricas, rosacrucianas, e
em restritos colégios hermetistas.
Dentro do ponto de vista maçônico, convém
distinguir o sistema dos irmãos Bédarride baseado na Cabala do Regime de
Nápoles, que constituía o verdadeiro sistema dos AA. Citemos Ragon que nos
fala destes quatros graus: "Eles formam todo o sistema filosófico do
verdadeiro rito de Misraïm, que satisfaz a todo maçom instruído, haja
visto que os mesmos graus na maçonaria comum, são uma zombaria nascida da
ignorância..."
Os AA são definidos por Jean Pierre
Giudicelli de Cresac Bachalerie, em seu livro "De la Rose Rouge a la Croix
d’Or" , editora Axis Mundi (Paris-1988), na pág. 67: " Este ensinamento
concerne a uma Teurgia, é a entrada em relação com os eons-guias que devem
tomar a direção para fazer compreender o processo iniciático, é também uma
via alquímica muito fechada, que é um Nei Dan, isto é, uma via
interna."
Os AA maçônicos parecem ser em realidade,
mais que os graus terminais da maçonaria egípcia, é a introdução a um
outro sistema. Os AA constituem de fato uma qualificação para outras
ordens mais internas ligados as correntes osirianas ou pitagórica ou ainda
a correntes dos Antigos Rosacruzes, como a Ordem dos Rosacruzes de Ouro do
antigo sistema, Ordem dos Irmãos Iniciados e outras que permanecem
desconhecidas, escapando assim à pesquisa histórica e sobretudo aos
problemas humanos. J.P.G. de Cresac Bachelerie, faz referência à Brunelli
em seu livro, já citado, na pág. 79, que os AA constituem de fato a
introdução para outras ordens: "Como indicou Brunelli em seus formidáveis
trabalhos sobre os ritos de Misraïm e Memphis, outras Ordens sucedem os
AA". Saindo dos aspectos maçônicos, descobrimos quatro ou cinco outras
ordens (Grande Ordem Egípcia, Ritos Egípcios assim como outras três que
não podemos mencionar). "cada vez mais, certas organizações tradicionais
não utilizam o nome AA", detendo a totalidade ou parte de conjunto
teúrgico dos AA.
Os sistemas completos dos AA ,cuja maçonaria
egípcia detêm uma parte, comporta de fato três disciplinas:
Teurgia e Cabala Angélica: com notadamente as
invocações dos 4, dos 7, e a grande operação dos 72; Alquimias
metálicas: entre diferentes vias, os documentos em nossa posse parecem dar
prioridade à via do Antimônio, mas outras vias, notadamente a via da
Salamandra ou a via do Cinábrio parece constituir um elemento central do
sistema, porque depende por sua vez da via externa e da via interna, seja
por razões pedagógicas, seja por razões operativas. Alquimias internas:
segundo as correntes internas, as vias práticas diferem, menos
tecnicamente que pelos detalhes filosóficos e místicos respectivos, as
vezes totalmente opostos. As alquimias internas, como alhures as alquimias
metálicas, encontram sua origem no Oriente e, mais particularmente,
segundo Alain Daniélou, no Shivaísmo. Independente de onde sejam, já fazem
parte da herança tradicional ocidental pelo menos há dois milênios, como
atesta certos papiros egípcios e gnósticos ( pensamos notadamente nos
importantes papiros Bruce). Em relação a alquimia interna, falamos de vias
da imortalidade ou ainda de vias reais.
De modo geral, toda via real comporta
simultaneamente uma magia natural (segundo Giordano Bruno, a magia é a
arte da memória e manipulação dos fantasmas, é o domínio daquilo que
certos teólogos denominam "o encantamento do mundo", uma teurgia e uma
alquimia, vetor de uma via de imortalidade.
A questão das imortalidades é difícil de
tratar porque não pode se inserir com sucesso em um modelo de mundo
aristotélico, motivo pelo qual não é raro que a busca de uma
sobre-humanidade, de uma mais-que-humanidade ou de uma não-humanidade
conduza infelizmente à inumanidade. Mais ainda, podemos muito bem ter uma
excelente compreensão intelectual de modelos não-aristotélicos, como o
são, o Taoísmo, e o sistema de Gurdjieff, " sem haver Invertido os
castiçais", para retomar a fórmula de Meyrinck no Rosto Verde. A
sobre-humanidade poderia ser simbolizada por Hércules, indicando assim a
via mágica do Herói, predispondo à mais-que-humanidade, simbolizada pelo
Cristo, ou ainda por Orfeu, ou à não-humanidade, esta simbolizada por
Osíris ou por Dionísio. Nós poderíamos encontrar outras referências, tanto
no Ocidente como nas tradições orientais, para tentar fazer apreender
aquilo que é efetivamente uma diferença de orientação. O Ser não é
necessariamente orientado em direção a um pólo único, o que explica vias
reais diferentes, não conduzindo, portanto, ao mesmo
Lugar-Estado...
Os AA do Regime de Nápoles introduzem a uma
alquimia interna de tradição egípcia em duas fases, uma "isíaca", a outra
"osiriana". Naturalmente é neste último aspecto das alquimias internas que
encontramos os aspectos mais especificamente osirianos dos AA . É provável
que na Idade Média e na Renascença, este sistema fosse exclusivamente
caldeu-egípcio, e seria pouco a pouco, e principalmente em seus aspectos
mágicos e teúrgicos, que o sistema teria sofrido em certas estruturas
tradicionais uma "cristianização" ou uma "hebraização". Encontramos as
vezes com relação à este sujeito a expressão "cristianismo
caldeu".
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Soberano Grande Santuário Adriático |
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O GSA afirma sua própria jurisdição sobre
todos os continentes dos dois hemisférios no qual concerne ao APROMM.
Valoriza os princípios tradicionais do
espírito e da sacralidade da vida e da natureza e fornece ao homem
desejoso uma via segura para o despertar da consciência ao mundo divino.
Esse estado de espírito é o oposto do estado de espírito "burguês" que
predomina em nossos dias, sendo o burguês para Emmanuel Mounier, como para
nós, "aquele que tem medo de perder alguma coisa", quer seja um príncipe
ou um vagabundo.
Na iniciação maçônica tradicional, em sua
ascese hermetista, exige a perda da vaidade, isto é, a necessidade
doentia, de manter para os outros e para si uma falsa imagem. Sem criar
essa falsa imagem de si, ele poderá até mesmo perder a identificação à
forma humana. Estas duas perdas são o preço a pagar pela liberdade
absoluta. Esta orientação dos antigos hermetistas, conforme o espírito
humanista da Renascença, mas distante do humanismo artificial deste fim de
século implica necessariamente numa ação pouco prosélita.
O SGSA bastante conhecido dos cenáculos
hermetistas mundo afora, se faz mais largamente conhecido por suas lojas
de pesquisa cujos trabalhos são extensamente pesquisados e publicados.
Como quase todas as obediências maçônicas egípcias, O SGSA mantém relações
estreitas com correntes martinistas.
O SGSA está sobretudo presente na Europa, na
África, na América do Sul e do Norte. O SGSA mantém relações fraternais
com numerosas obediências, através de suas lojas de pesquisa e de seus
institutos maçônicos.
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Mestre
J. M. Ragon |
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(1781/1862, França) J.M. RAGON, iniciado em 1804, em Bruges, foi um dos mais ilustres maçons de sua época,
e um dos mais notáveis escritores da Ordem.
Foi membro do Grande Oriente do Rito de Mizraim, da Ordem do Templo de Fabre
Palleprat. Fundou e presidiu a célebre Loja “Os Trinósofos”, de modo que o
Capítulo e o Areópago se uniram.
É autor de notáveis obras maçônicas que exerceram influência considerável.
Em 1817, realizou algumas representações ritualísticas maçônicas em público,
cujos efeitos tiveram marcantes influências em sua trajetória iniciática.
A primeira em 15.05, foi uma representação do primeiro grau, consistindo
na iniciação de Horus; a segunda, em 01.06, apresentou a admissão de Horus
às cinco viagens do segundo grau, portando sucessivamente os instrumentos
próprios para medir os movimentos do Nilo ou para a divisão das terras
abandonadas pelas águas; também o necessário, em termos de astronomia e arquitetura para
construir e orientar as pirâmides, nas quais um subterrâneo serviu de
observatório, deixando ver por um conduto ascendente, a estrela Polar.
Na terceira representação, ocorrida em Tívoli, reuniram-se cerca de 6.000 pessoas para
assistirem ao triunfo ou à manifestação do Iniciado. Horus devia
apresentar-se ao público, coroado de flores de lótus, marchando à frente
da grande e bonita Procissão de Isis...
Após esse evento, o Grande Oriente, alarmado, proibiu Ragon de praticar o Rito
de Mizraim. Ele atendeu, passando, dias depois a trabalhar, publicamente,
com o Capítulo dos Trinósofos.
RAGON é um dos integrantes do SUPREMO CONSELHO – SUMMUM SUPREMUM SANCTUARIUM - do Sagrado Círculo de Thelema –
SCT.
Obras:
1 - Curso Filosófico e Interpretativo de Iniciações Antigas e Modernas.
2 - A Missa e seus Mistérios, comparados com os Mistérios Antigos.
3 - A Maçonaria Oculta e a Iniciação Hermética.
4 - Ortodoxia Maçônica.
5 - Notícias Históricas sobre o Calendário, seguidas de um Cômputo Maçônico.
6 - História do Desenvolvimento e da Marcha da Grande Iniciação, desde a mais Remota Antiguidade.
7 - Coleção de 15 Rituais (Ordem Capitular R+C, novo Grau, e análise de 14 Graus).
8 - Manual Completo da Maçonaria de Adoção e Rastreador Geral.
09 - Ritual do Aprendiz Maçom.
10 - Ritual do Companheiro Maçom.
11 - Ritual do Mestre Maçom.
12 - Ritual do Soberano Grande Inspetor Geral.
13 - Ritual de Pompa Fúnebre Maçônica.
Obras Póstuma:
Reorganização e atualização dos Ritos de Memphis e de Mizraim, com John Yarker e o SCT, formando, assim, o Novo Rito Oriental de
Mempjis-Mizraim.
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Mestre
John Yarker |
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(17.04.1833 - 1913 - Inglaterra)
John Yarker nasceu em
Swindale, Westmorland. Era um comerciante em importação e exportação. Sua carreira maçônica começou em
1854, tendo sido instalado Mestre da Loja Fidelidade, em Manchester, no
ano de 1856. Mas em 1862, ele renunciou das lojas e cortou contato com a Maçonaria Inglesa, exceção do
Ciclo de Correspondentes da Loja Quatuor Coronati, que integrou como um de
seus primeiros membros, em 1887.
Em sua correspondência, Yarker refere-se a “maçons de faca e garfo”, “leitores de
atas” e “adoradores da garrafa”. Estava mesmo insatisfeito com a falta de ligação esotérica entre
seus Irmãos.
Instalado Cavaleiro Templário em 1856, no Conclave Jerusalém, de Manchester,
tornou-se fascinado com a história da Ordem. Recebeu graus de Malta, o
Grau Rosa Cruz, e o de Sacerdote Cavaleiro Templário do Real Arco. Em 1871, filiou-se ao Acampamento
Antiguidade, em Bath, onde encontrou os ritos Escocês e de Mizraim. Freqüentou o Capítulo Palatino
R+C, em Manchester (1862) e também trabalhou com o Grau de Kadosch.
Durante viagem à América, recebeu patentes para trabalhar os Ritos de Memphis e de
Mizraim,
do Rito Antigo e Primitivo. Por esta razão foi expulso do Rito Antigo e Aceito, não obstante
toda precaução e tato.
Aceitou, em 1871, o Grau 33 do irregular Rito de Cernau, USA, ignorando manifesta oposição
da Maçonaria. Em 1875, Yarker declarou guerra ao Supremo Conselho – uma guerra que continuou pelo resto
de sua vida.
Em Nova Iorque, Yarker filiou-se ao Rito Antigo e Primitivo e, em Londres, foi instalado
como Grande Mestre Geral do Soberano Santuário para a Grã Bretanha e Irlanda (1872).
Yarker encontrou no Rito Primitivo aquilo que não pode achar na principal Maçonaria
inglesa: Um sistema que sintetizasse sua necessidade da posse do
conhecimento arcano, que fizesse com que seus membros pensassem sobre o
que aconteceu antes, e procurassem pelo conhecimento que fornecesse a
chave para a sabedoria.
Editou uma Constituição do Rito em 1875. Além de contatar com membros da Societas Rosicruciana in Anglia
(SRiA), e da Order of the Golden Dawn, Yarker editou cartas-patentes do
Rito de Memphis-Mizraim para Kall Kellner e Theodor Reuss (1904) e, mais
tarde, conferiu a Aleister Crowley, o Grau 95 de Memphis e o 90 de Mizraim.
Yarker produziu enorme quantidade de material escrito (8 volumes).
OBRA PÓSTUMA: Reorganização e atualização dos Ritos de Memphis e de
Mizraim, com J.M. RAGON e o SCT, formando, assim, o Novo Rito Oriental de Memphis-Mizraim.
John Yarker é um dos integrantes do
Supremo Conselho - SUMMUM SUPREMUM SANCTUARIUM - do Sagrado Círculo de Thelema – SCT.
Os Mestres Ragon e Yarker, de acordo com o Plano da Suprema Hierarquia,
resolveram dar continuidade, agora, a seu nobilíssimo trabalho Iniciático, em perfeita harmonia e integração com os Mestres do
Sagrado Círculo de Thelema. Fica assim demonstrado que a morte
não existe, para os que crêem e trabalham pela conquista da
Imortalidade!...
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O Por quê de um rito maçônico egípcio? |
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Certamente sobre alguns de nossos visitantes, devem pairar a seguinte dúvida.
Apesar da existência
de inúmeros ritos e potências maçônicas em atividade no mundo atual, porque
então existe esta modalidade bem incomum de rito maçônico, denominado
de egípcio?
O nosso rito maçônico
aborda características essenciais que as outras potências atualmente não
abordam mais, destacamos a grande consideração sobre a questão dos valores
iniciáticos tradicionais. Pois o que infelizmente observamos hoje é uma
decadência generalizada nas sociedades maçônicas entorno do tema espiritual e
iniciático.
A proposta do rito, vem de encontro justamente com que qualificamos como um dos
principais problemas humanos, sobretudo para o homem moderno muito distante da
espiritualidade, pois nos voltamos acima de tudo, sobre a questão espiritual,
questão que é tratada no rito sobre o lente da Tradição, dando-se um maior
destaque, sobretudo as tradições hermética e cabalista, tradicionalmente
presente nas instruções tradicionais de nosso rito.
Excetuando a
caridade que é um dever maçônico, o rito se desinteressa por completo por
quaisquer dos aspectos políticos ou sociais tratados em alguns grupos maçônicos.
Resumindo-se o nosso trabalho a questão espiritual é tratada fundamentalmente,
com o fim único de promover uma transformação pessoal.
Por último,
podemos destacar que o rito não se interessa por um elevado números de
obreiros, mas sim pela qualidade dos mesmos, não avalia seus membros por um
critério que privilegia um alto nível social, mais sim por que definimos por
"vocação" ou seja, que adota membros de perfil espiritualista.
Outra pergunta que constantemente intriga os
nossos visitantes, é se o rito é oriundo do Egito faraônico?, e como chegou
até os nossos dias?.
A um consenso que a nossa tradição não é de origem Egípcia
no sentido que foi preservado através das dinastias do antigo Egito faraônico,
mas sim seus traços são pertinentes ao Egito Alexandrino, colônia grega no
Egito, e principal herdeira da Tradição Egípcia. Traços de uma antiga iniciação
foram conservadas na Itália e no mediterrâneo, até assumirem a forma maçônica,
provavelmente com a criação do rito de Misram. A Alexandria aliás era
constituída por uma população heterogênea formada principalmente por
elementos da cultura helênica e hebraica. Na Alexandria viu-se um forte
florescimento das chamadas doutrinas herméticas como a Astrologia e a Alquimia,
ciências tradicionalmente estudadas no Rito e que são utilizadas como
ferramentas para a amadurecimento espiritual.
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Origens
dos Ritos Egípcios |
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