A palavra inglesa "landmark",
literalmente, significa marco de limite, marco miliário;
figuradamente,significa ponto de referência. No idioma vernáculo, podem ser
usados os termos limite, ou lindeiro.
Limite, do latim: lime, itis,designa a linha de demarcação existente entre
terrenos, ou territórios contíguos; o marco, a baliza, a raia, ou fronteira
natural, que separa um país de outro; o ponto máximo, que não se deve, ou não
se pode ultrapassar.
Lindeiro, com a mesma origem etimológica, designa o que é relativo a linde, ou
seja, limite, raia,marco, baliza. Também se usa a forma landmarque.
". A Assembléia Geral de 25
de novembro de 1723, da Premier Grand Lodge, todavia, resolvia substituir o
termo "landmark" por "rule", que significa REGRA e que já
iria constar nas edições seguintes do Livro das Constituições.
Desta maneira, pode-se concluir que a Regras, ou Landmarks, não eram aquelas
expressas nos Regulamentos Gerais, mas, sim, normas não escritas.
Considerando, então, que existiam esses limites, que regulam a atividade e o
comportamento ético dos obreiros, consuetudinários, ou já expressos na
Constituição de Anderson, surgiram, a partir da metade do século XIX,
diversas classificações de landmarques, com maior ou menor número deles.
E a maior parte não resiste a uma análise crítica profunda, pois a maior
parte dos conceitos nelas alinhavados não representais reais antigos limites,
ou antigos e universais costumes da Ordem, os quais, paulatinamente, foram sendo
estabelecidos, como regras básicas da atuação maçônica.
Há por isso, várias classificações
ou codificações, como Mackey, de Findel, de Pound, de Grat e outras, mas sendo
o mais conhecido a de Albert Galletin Mackey, são eles abaixo:
I - Os processos de reconhecimento
são os mais legítimos e inquestionáveis de todos os Landmarks. Não admitem
mudança de qualquer espécie; desde que isso se deu, funestas conseqüências
posteriores vieram demonstrar o erro cometido.
II - A divisão da Maçonaria Simbólica
em três graus - Aprendiz, Companheiro e Mestre - é um Landmark que, mais que
qualquer outro, tem sido preservado de alterações apesar dos esforços feitos
pelo daninho espírito inovador.
III - A lenda do terceiro grau é
um Landmark importante, cuja integridade tem sido respeitada. Nenhum rito existe
na Maçonaria, em qualquer país ou em qualquer idioma, em que não sejam
expostos os elementos essenciais dessa lenda. As fórmulas escritas podem
variar, e na verdade variam; a lenda do Construtor do Templo de Salomão, porém,
permanece em essência. Qualquer rito que a excluir ou a altere
substancialmente, deixará de ser um Rito Maçônico
IV - O Governo da Fraternidade por
um Oficial que é seu presidente, denominado Grão-Mestre, eleito pelo povo maçônico,
é o quarto Landmark da Ordem Maçônica. Muitos pensam que a eleição do Grão-Mestre
se pratica por ser estabelecida em lei ou regulamento, mas nos anais da Instituição,
encontram-se Grão-Mestres muito antes de existirem Grandes Lojas, e se todos os
Regulamentos e Constituições fosse abolidos, sempre seria mister a existência
de um Grão-Mestre.
V - A prerrogativa do Grão-Mestre
de presidir todas as reuniões maçônicas, feitas onde e quando se fizerem, é
o quinto Landmark. É em virtude dessa lei, de antiga usança e tradição, que
o Grão-Mestre ocupa o Trono e preside todas as sessões da Grande Loja, assim
como quando se ache presente à sessão de qualquer Loja subordinada à
autoridade maçônica de sua obediência.
VI - A prerrogativa do Grão-Mestre
de conceder licença para conferir graus em tempos anormais, é outro importantíssimo
Landmark. Os estatutos e leis maçônicas exigem prazos, que devem transcorrer
entre a proposta e a recepção do candidato, porém o Grão-Mestre tem o
direito de dispensar esta ou qualquer exigência, e permitir a Iniciação, a
Elevação ou Exaltação imediata.
VII - A prerrogativa que tem o Grão-Mestre
de dar autorização para fundar e manter Lojas, é outro importante Landmark.
Em virtude dele, o Grão-Mestre pode conceder a um número suficiente de Mestres
-Maçons o privilégio de se reunir e conferir graus. As Lojas assim constituídas
chamam-se "Lojas Licenciadas". Criadas pelo Grão-Mestre só existem
enquanto ele não resolva o contrário, podendo ser dissolvidas por ato seu.
Podem viver um dia, um mês ou seis. Qualquer que seja, porém, o prazo de sua
existência, exclusivamente ao Grão-Mestre a deve.
VIII - A prerrogativa do Grão-Mestre
de criar Maçons por sua deliberação é outro Landmark importante. O Grão-Mestre
convoca em seu auxílio seis outros Mestres - Maçons, pelo menos, forma uma
Loja e sem uma forma prévia confere os graus aos candidatos, findo o que,
dissolve a Loja e despede os Irmãos. As Lojas assim convocadas por este meio são
chamadas "Lojas de Emergência" ou "Lojas Ocasionais".
IX - A necessidade de se
congregarem os Maçons em Lojas é outro Landmark. Os Landmarks da Ordem
prescrevem sempre que os Maçons deveriam congregar-se com o fim de entregar-se
a tarefas operativas e que às suas reuniões fosse dado o nome de
"Lojas". Antigamente, eram estas reuniões extemporâneas, convocadas
para assuntos especiais e logo dissolvidas, separando-se os Irmãos para de novo
se reunirem em outros pontos e em outras épocas, conforme as necessidades e as
circunstâncias exigissem. Cartas Constitutivas, Regulamentos Internos, Lojas e
Oficinas permanentes e contribuições anuais são inovações puramente moderna
de um período relativamente recente.
X - O Governo da Fraternidade,
quando congregada em Loja, por um Venerável e dois Vigilantes é um outro
Landmark. Qualquer reunião de Maçons congregados sob qualquer outra direção,
como, por exemplo, um presidente e dois vice-presidentes, não seria reconhecida
como Loja. A presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial para
a validade e legalidade de uma Loja que, no dia de sua consagração, é
considerada como uma Carta Constitutiva.
XI - A necessidade de estar uma
Loja a coberto, quando reunida, é outro importante Landmark que não deve ser
descurado. O cargo de Guarda do Templo, que vela para que o local da reunião
seja absolutamente vedado à intromissão de profanos, independe, pois, de
qualquer Regulamento ou Constituição.
XII - O direito representativo de
cada Irmão nas reuniões da Fraternidade, é outro Landmark. Nas reuniões
gerais, outrora chamadas "Assembléias Gerais", todos os Irmãos,
mesmo os Aprendizes, tinham o direito de tomar parte. Nas Grandes Lojas, hoje, só
tem direito de assistência os Veneráveis e Vigilantes, na qualidade, porém,
de representantes de todos os Irmãos das Lojas. Antigamente, cada Irmão se
auto-representava. Hoje são representados pelas Luzes de sua Loja. Nem por
motivo dessa concessão, feita em 1817, deixa de existir o direito de representação
firmado por este Landmark.
XIII - O direito de recurso de
cada Maçom das decisões de sua Loja para a Grande Loja, ou Assembléia Geral
dos Irmãos, é um Landmark essencial para a preservação da Justiça e para
prevenir a opressão.
XIV - O direito de todo Maçom
visitar e tomar assento em qualquer Loja é um inquestionável Landmark da
Ordem. É o consagrado "Direito de Visitas", reconhecido e votado
universalmente a todos os Irmãos que viajam pelo orbe terrestre. É a conseqüência
do modo de encarar as Lojas como meras divisões da família maçônica.
XV - Nenhum Irmão desconhecido
dos Irmãos da Loja pode a ela ter acesso como visitante sem que primeiro seja
examinado, conforme os antigos costumes, e como tal reconhecido. Este exame
somente pode ser dispensado se o Irmão visitante for conhecido por algum Irmão
da Loja, o qual por ele será responsável.
XVI - Nenhuma Loja pode
intrometer-se em assunto que diga respeito a outra, nem conferir graus a Irmãos
de outros Quadros.
XVII - Todo Maçom está sujeito
às leis e aos regulamentos da jurisdição maçônica em que residir, mesmo não
sendo, aí, obreiro de qualquer Loja. A não filiação constitui, por si própria,
uma falta maçônica.
XVIII - Por este Landmark, os
candidatos à Iniciação devem ser isentos de defeitos ou mutilações, livres
de nascimento e maiores. Uma mulher, um aleijado ou um escravo não podem
ingressar na Fraternidade.
IX - A crença no GRANDE ARQUITETO
DO UNIVERSO é um dos mais importantes Landmarks da Ordem. A negação dessa
crença é impedimento absoluto e irremovível para a Iniciação.
XX - Subsidiariamente à crença
em um ENTE SUPREMO, é exigida, para a Iniciação, a crença numa vida futura.
XXI - Em Loja, é indispensável a
presença, no Altar, de um LIVRO DA LEI, no qual supõe-se, conforme a crença,
estar contida a vontade do Grande Arquiteto do Universo. Não cuidando a Maçonaria
de intervir nas peculiaridades da fé religiosa dos seus membros, o "Livro
da Lei" pode variar conforme o credo. Exige, por isso, este Landmark que um
"Livro da Lei" seja par indispensável das alfaias de uma Loja Maçônica.
XXII - Todos os Maçons são
absolutamente iguais dentro da Loja, sem distinção de prerrogativas profanas,
de privilégios que a sociedade confere. A Maçonaria a todos nivela nas reuniões
maçônicas.
XXIII - Este Landmark prescreve a
conservação secreta dos conhecimentos havidos pela Iniciação, tanto os métodos
de trabalho como suas lendas e tradições, que só devem ser comunicados a
outros Irmãos.
XXIV - A fundação de uma ciência
especulativa, segundo métodos operativos e uso do simbolismo e a explicação
dos ditos métodos e dos termos neles empregados com o propósito de ensinamento
moral, constitui outro Landmark.
A preservação da Lenda do Templo de Salomão é outro fundamento deste
Landmark.
XXV - O último Landmark é o que
afirma a inalterabilidade dos anteriores, nada lhes podendo ser acrescido ou
retirado, nenhuma modificação podendo ser-lhes introduzida. Assim como de
nossos antecessores os recebemos, assim os devemos transmitir aos nossos
sucessores - NOLONUM LEGES MUTARI. |