Os 10 maiores mitos sobre o
paraquedismo
1. É fácil sobreviver ao impacto da velocidade terminal
Toda a gente já ouviu histórias de paraquedistas que partiram uma perna, as
costas, ou algum outro membro do corpo como resultado de um salto de pára-quedas
mal sucedido. A razão mais frequente, apesar de acontecer muito raramente, são
as falhas técnicas, que impedem o funcionamento e a abertura correta do
pára-quedas.
Estes episódios constituem o maior mito do paraquedismo, pois relatam
acontecimentos quase impossíveis de serem realizados, isto é a sobrevivência ao
impacto da velocidade terminal. Já aconteceram outrora, graças ao aterrar na
neve, ou contra as ramagens das árvores, mas são autênticas exceções, pois se o
pára-quedas não abrir durante o salto, o paraquedista vai de encontro ao seu
destino fatal e acabará por perder a sua vida.
2. Quanto maior é a altitude, maior é o perigo
Isto não corresponde em nada à realidade, antes pelo contrário, pois o que se
verifica é exatamente o oposto. Os paraquedistas preferem as elevadas altitudes,
pois isso vai permitir-lhes usufruir de um maior tempo em queda livre e, por
outro, lado, também lhes garante um maior espaço de manobra para corrigir algum
problema que possa surgir. A altitude é amiga dos paraquedistas, a falta dela é
que não!
3. É necessário utilizar máscaras de oxigênio
Os paraquedistas têm a necessidade de utilizar as máscaras de oxigênio dentro
dos aviões apenas quando estes se encontram a subir e acima dos 5.500 metros
(18.000 pés). Esta situação acontece, porque acima desta altitude, os
paraquedistas poderão sofrer de Hipoxia, que é quando existe uma baixa
concentração de oxigênio nos tecidos humanos, o que dificulta a respiração. Por
norma, os saltos de pára-quedas ocorrem abaixo desta altitude.
4. Pode-se acionar o pára-quedas a qualquer altitude
Os pára-quedas estão convencionados a abrirem quando é atingida uma determinada
altura, logo não podem ser abertos a qualquer altitude. O limite máximo para a
abertura do pára-quedas de reserva é quando no altímetro marca os 250 metros.
Caso contrário, pode acontecer uma terrível fatalidade. Em queda livre, a
velocidade é contínua, o que faz com que o tempo de reação do paraquedista seja
muito curto. Se o paraquedista não acionar o pára-quedas antes de chegar aos 250
metros, depois poderá não ter espaço de manobra e tempo suficiente para o fazer
e ficará esmagado no solo.
5. É necessário empacotar sempre o próprio pára-quedas
Este é outro mito que não corresponde totalmente à realidade. Desde o início da
sua carreira que um bom paraquedista aprende a empacotar o seu pára-quedas.
Contudo, não é obrigatório que o faça! Se pretender que outra pessoa embale o
receptivo pára-quedas é livre de o fazer. Existem pessoas treinadas que o fazem
e cobram apenas 5 a 7,50 euros/11,5 a 17,2 reais. Porém, todos os paraquedistas
devem-se perguntar se vão confiar a vida a estes embaladores, pois, no caso de o
pára-quedas não estar bem empacotado a única pessoa a sofrer será o próprio
paraquedista!
6. A velocidade da queda é igual para todos
Pensar que todas as pessoas desenvolvem a mesma velocidade num salto de
pára-quedas é totalmente errado. Todas as pessoas mergulham a uma velocidade
diferente e para isso contribui o peso do paraquedista, a sua posição e o seu
vestuário. A velocidade máxima que um salto vertical possibilita é superior a
200 km/h, mas isso não quer dizer, necessariamente, que todos os saltos atingem
essa mesma velocidade. Existem diversas modalidades no paraquedismo, umas que
possibilitam mais velocidade que outras.
7. Ficar inconsciente em queda livre é o mesmo que estar morto
É um mito ainda muito frequente, mas totalmente descabido. Imagine que durante
uma queda existe um choque entre dois paraquedistas, isso não significa que seja
o fim da vida para ambos. Nos saltos de pára-quedas, a maioria dos paraquedistas
utiliza um dispositivo de ativação automática (Automatic Activation Device –
AAD), que possibilita a abertura automática do pára-quedas assim que o
paraquedista chega a uma determinada altitude, independentemente de estar
consciente ou inconsciente.
8. Acionar o pára-quedas não faz com que o paraquedista suba de altitude
Este é um mito comum, pois ao visualizarmos as imagens na televisão é essa a
sensação que ficamos quando um paraquedista aciona o pára-quedas. Trata-se de
uma ilusão de ótica, uma vez que o paraquedista quando se encontra em queda
livre vem a grande velocidade (mais de 200 km/h) e ao acionar o pára-quedas vai
apenas reduzir a velocidade da descida.
9. Não é possível ser ouvido durante a queda livre
Em plena queda os paraquedistas não conseguem comunicar verbalmente entre si.
Esta situação acontece, pois em queda livre e a uma velocidade vertical de 220
km/h, as palavras e os sons são imperceptíveis para o ouvido humano. A
experiência em queda livre e os treinos realizados permitem estabelecer
dinâmicas de grupo e aí as combinações saem de forma automática.
10. Não é necessário puxar a corda de rasgo de um pára-quedas
Com os avanços da tecnologia, alguns hábitos e costumes realizados pelos
paraquedistas ao longo dos tempos deixaram de ser utilizados. Por exemplo puxar
a corda de rasgo para que o pára-quedas abrisse caiu em desuso no início dos
anos 80. Nos pára-quedas atuais não é necessário puxar qualquer corda, basta
pressionar o botão que se encontra no punho do paraquedista de modo a que
pára-quedas entre em ação de forma automática. |