O
que fazer As
pulgas são pequenos insetos marrons e sem asas. Elas dependem do hospedeiro,
que neste caso são o cão e o gato, para se alimentarem e se protegerem,
permanecendo toda a sua vida nestes e em outros animais contactantes. Há mais
de 2000 espécies em todo o mundo, porém, a Ctenocephalides felis felis
é a espécie mais comum, prevalecendo em mais de 90% dos cães e gatos. A
fêmea da pulga deposita seus ovos (brancos com 0,5 mm de comprimento) no animal
e, como não se fixam, caem no ambiente onde apenas dependem da temperatura e da
umidade para eclodirem em larvas, num período de até 10 dias. Estas
aprofundam-se nos carpetes, cobertores e frestas de pisos, onde se alimentam de
restos orgânicos e fezes de pulgas adultas. Em 5 a 11 dias formam um casulo
onde ocorre a forma de pupa. A 27ºC e 80% de umidade ambiental, podem se
transformar em pulgas adultas em apenas 5 dias. Porém, tal fato só ocorre se
houver animais ou pessoas no ambiente; caso contrário as pulgas podem
permanecer no casulo por até 140 dias. Normalmente o ciclo de vida se completa
em 3 a 4 semanas e as pulgas vivem no animal por mais de 100 dias. A partir do
quarto dia se alimentando do sangue do animal, cada fêmea produz , em média,
20 ovos por dia durante 21 dias. Se não interrompermos o ciclo, a infestação
no animal torna-se extremamente incômoda e maléfica à sua saúde.
As pulgas são transmissoras de parasitas aos animais e ao homem.
Quando ingeridas pelos cães e gatos no ato de se lamberem ou se mordiscarem, ou
pelo homem acidentalmente, levam, para o intestino, a forma infectante do Dipylidium
caninum, verme cestóide, semelhante à Tenia, "solitária" do
homem. Constitui-se, portanto, numa zoonose e pode, nos animais, levar a
emagrecimento, diarréia, perda de pêlos e até à morte se não tratada. O
animal apresenta coceira na região anal, arrastando a região no chão, e ,às
vezes, podem ser vistas as proglotes do verme, pequenos reservatórios de ovos,
em volta do ânus ou nas fezes, semelhantes a grãos de arroz.
Como se não bastassem as doenças acima citadas, o incômodo
da presença das pulgas sobre a pele do animal pode ser agravado se este
desenvolver alergia às picadas deste inseto. Tanto o cão quanto o gato são
passíveis de manifestarem uma hipersensibilidade em que basta uma picada por
semana para induzir a uma coceira insuportável, induzindo o animal a se ferir,
muitas vezes gravemente, o que exige um tratamento urgente. Quando não tratada
no início, a alergia torna-se crônica, levando a alterações irreversíveis
da pele e da pelagem, além de poder alterar o estado emocional do animal, que
permanece em constante estado de estresse devido à coceira incessante. O cão
ou o gato, em alguns casos, passa a comer menos e torna-se deprimido ou
agressivo, dependendo de sua personalidade. É também, muitas vezes, isolado do
convívio familiar por causa das condições de sua pele, que pode apresentar
descamação e infecções produtoras de odores desagradáveis.
Como todos podemos ver, as pulgas não devem ser eliminadas e
evitadas por toda a vida do animal apenas por ser um inseto, mas sim por
interferir significativamente na saúde e bem-estar dos nossos fiéis
companheiros.
Como proteger nossos
animais?
Visto que as pulgas são capazes de pular até 30 cm, não
havendo portanto a necessidade de contato íntimo, o cão ou o gato podem
adquiri-las passeando na rua ou no próprio quintal, prédio ou carro onde
possam ter acesso outros animais. Daí a importância de oferecermos a eles
mecanismos de combate e proteção contra as pulgas. Caso o animal já as
possua, ou apenas se queira evitar, há um verdadeiro arsenal disponível, o que
escolher? Para cada caso há uma solução mais adequada, dependendo do grau de
infestação, do tipo dos ambientes em que vive e freqüenta, do número e condições
dos animais com quem tem contato e se é alérgico ou não. Tais fatores vão
orientar o esquema de erradicação das pulgas quanto aos medicamentos e período
necessários para tal.
Podemos encontrar uma variedade enorme de sabonetes, shampoos,
pós, talcos, sprays e coleiras anti-pulgas, alguns para serem usados nos cães
e gatos e outros nos ambientes, porém atualmente contamos com medicamentos mais
modernos, seguros e eficientes. Em tal grupo encontramos o Frontline
(Spray e Top Spot), o Advantage Spot On e o Program.
O Frontline e o Advantage atuam matando as pulgas em até 24 horas, não sendo
absorvidos pela pele, possuindo efeito contínuo por 30 a 60 dias, dependendo do
produto e da espécie do animal. O Program interrompe o ciclo reprodutivo das
pulgas, impedindo-as de se proliferarem, e encontra-se em forma de comprimidos
para cães e líquido para gatos. Age durante 30 dias e possui uma substância
que circula inativa pelo sangue do animal até ser ingerida pela pulga na
picada.
A dedetização periódica dos locais freqüentados pelos
animais, desde que realizada por empresas especializadas, ou caseira com
produtos idôneos, auxilia no controle das pulgas do animal devido à erradicação
das formas intermediárias que se encontram no ambiente. No caso de serem
utilizados aspiradores de pó com sacos não descartáveis, é recomendado
colocar pó anti-pulga nestes para que não se tornem ninhos em potencial,
devido ao calor e à quantidade de restos orgânicos acumulados.
É muito importante que se saiba que todos os produtos são
capazes de induzir a intoxicações caso não sejam utilizados de acordo com as
recomendações do fabricante, ou seja, algumas substâncias não podem ser
ingeridas, utilizadas nos animais (só no ambiente), em filhotes de até uma
certa idade, em gatos, em fêmeas prenhes ou em lactação ou em animais que
possuam algum problema de saúde específico. Ou seja, além de proteger a saúde
dos animais e das pessoas (que convivem com estes e/ou vão manipular os
produtos), seguir rigorosamente as instruções da embalagem permite obtermos o
máximo do efeito anti-pulga.
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Brinquedos
Coleira anti
pulgas Tratto
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Se possível,
este controle deve ser realizado continuamente, visto que não possuímos estações
climáticas bem definidas, havendo períodos quentes até mesmo durante o
inverno, que permitem a reprodução eficiente das pulgas. Devido à grande
quantidade existente e ao constante surgimento de novos produtos anti-pulgas,
recomenda-se consultar o médico-veterinário antes de adquiri-los a fim de se
garantir o melhor resultado possível para cada caso, dependendo do grau de
infestação, da espécie animal, da idade, do tipo de pelagem e do estado de saúde
do nosso bichinho. O importante é não desprezarmos este pequeno inimigo, que,
por viver há mais tempo que nós neste planeta, encontra-se muito bem adaptado
ao nosso meio-ambiente, acompanhando-nos sempre que puder.
As
pulgas são pequenos insetos marrons e sem asas. Elas dependem do hospedeiro,
que neste caso são o cão e o gato, para se alimentarem e se protegerem,
permanecendo toda a sua vida nestes e em outros animais contactantes. Há mais
de 2000 espécies em todo o mundo, porém, a Ctenocephalides felis felis
é a espécie mais comum, prevalecendo em mais de 90% dos cães e gatos. A
fêmea da pulga deposita seus ovos (brancos com 0,5 mm de comprimento) no animal
e, como não se fixam, caem no ambiente onde apenas dependem da temperatura e da
umidade para eclodirem em larvas, num período de até 10 dias. Estas
aprofundam-se nos carpetes, cobertores e frestas de pisos, onde se alimentam de
restos orgânicos e fezes de pulgas adultas. Em 5 a 11 dias formam um casulo
onde ocorre a forma de pupa. A 27ºC e 80% de umidade ambiental, podem se
transformar em pulgas adultas em apenas 5 dias. Porém, tal fato só ocorre se
houver animais ou pessoas no ambiente; caso contrário as pulgas podem
permanecer no casulo por até 140 dias. Normalmente o ciclo de vida se completa
em 3 a 4 semanas e as pulgas vivem no animal por mais de 100 dias. A partir do
quarto dia se alimentando do sangue do animal, cada fêmea produz , em média,
20 ovos por dia durante 21 dias. Se não interrompermos o ciclo, a infestação
no animal torna-se extremamente incômoda e maléfica à sua saúde.
As pulgas são transmissoras de parasitas aos animais e ao homem.
Quando ingeridas pelos cães e gatos no ato de se lamberem ou se mordiscarem, ou
pelo homem acidentalmente, levam, para o intestino, a forma infectante do Dipylidium
caninum, verme cestóide, semelhante à Tenia, "solitária" do
homem. Constitui-se, portanto, numa zoonose e pode, nos animais, levar a
emagrecimento, diarréia, perda de pêlos e até à morte se não tratada. O
animal apresenta coceira na região anal, arrastando a região no chão, e ,às
vezes, podem ser vistas as proglotes do verme, pequenos reservatórios de ovos,
em volta do ânus ou nas fezes, semelhantes a grãos de arroz.
Como se não bastassem as doenças acima citadas, o incômodo
da presença das pulgas sobre a pele do animal pode ser agravado se este
desenvolver alergia às picadas deste inseto. Tanto o cão quanto o gato são
passíveis de manifestarem uma hipersensibilidade em que basta uma picada por
semana para induzir a uma coceira insuportável, induzindo o animal a se ferir,
muitas vezes gravemente, o que exige um tratamento urgente. Quando não tratada
no início, a alergia torna-se crônica, levando a alterações irreversíveis
da pele e da pelagem, além de poder alterar o estado emocional do animal, que
permanece em constante estado de estresse devido à coceira incessante. O cão
ou o gato, em alguns casos, passa a comer menos e torna-se deprimido ou
agressivo, dependendo de sua personalidade. É também, muitas vezes, isolado do
convívio familiar por causa das condições de sua pele, que pode apresentar
descamação e infecções produtoras de odores desagradáveis.
Como todos podemos ver, as pulgas não devem ser eliminadas e
evitadas por toda a vida do animal apenas por ser um inseto, mas sim por
interferir significativamente na saúde e bem-estar dos nossos fiéis
companheiros.
Drª Gisela Mechlin Wajsfeld
(Médica Veterinária - CRMV-SP 7250) |